quinta-feira, 30 de abril de 2009

As flores de plástico não morrem.

Eu não sei ao certo como relatar isso. Sei que, um dia, depois de algum tempo já, me doeu de uma forma avassaladora. Senti a inutilidade de se tentar odiar alguém na esperança de não odiar a si próprio por não conseguir seguir em frente. Me vi te comparando a uma rosa, tão bonita, perfumada e quase delicada, se não fosse os espinhos. Você pra mim é uma rosa. Poderia eu sentir o que fosse, tentar fazer o que quisesse, mas te abraçar era impossível. Teus espinhos me perfurariam até sangrar e você nada faria ao me ver chorar de dor, poderia até querer, mas não conseguiria secar minhas lágrimas, teu veneno não te deixa. Assim, me infectaria com a tua doença. Uma doença insuportável que vai comendo a gente por dentro aos pouquinhos e, quando se vê, já tá tudo oco por dentro. Mas um oco esquisito, que me faz sentir um vazio tendo muito dentro de mim. Tendo tanto que me rasga a pele guardar tudo isso pra mim, eu preciso me doar. Agora já não me importa você, já não me importa quem, só precisa existir alguém.
E tua doença me infectou. Eu quis sim te odiar, na verdade ainda quero. Quero sentir desgosto ao olhar pra você, mas isso mostraria o quanto de ti ainda me afeta. E eu não quero que veja isso, não quero que percebas que pra mim, você é como eu, tem um vazio insustentavelmente cheio dentro de si que às vezes nem se percebe, mas às vezes te dói como espinhos furando todo teu corpo.

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