quinta-feira, 6 de agosto de 2009


"Se teus olhos conseguirem trapacear e enxergar além daquilo que se vê, me conte qual cor tem minha alma, se ela é feia e mirradinha ou radiante e cristalina. O tamanho eu sei que é o maior existente, mas não consigo classificar tal qualidade como sendo boa ou ruim. Uma alma grande comporta mais sentimentos e, consequentemente está mais vulnerável aos maus presságios que se encontram pelo caminho, mas portar uma alma pequena deve ser deveras enfadonho, não há oscilações suficientes de humor para sustentar a minha sede por tempestades sentimentais.
O que me importa mesmo é descobrir qual cor ela tem e se aparenta estar em boas condições de saúde, pois tenho tido sucessivos acontecimentos aborrecedores e talvez se eu souber mais detalhes sobre minha alma, será mais fácil apresentá-la às outras almas que pelo meu caminho cruzarão ou até mesmo tratá-la se esta estiver enferma.
Mas antes preciso encontrar alguém que tenha olhos tão teimosos que ousem fazer mais do que a função fisiológica a qual foram destinados. Eu estou por aí, andando pelas ruas o mais devagar possível para que, se você cruzar comigo, possa olhar em meus olhos e enxergar exatamente como minha alma é, com todos seus importantes detalhes que desejo tanto conhecer. Se és capaz de exercer tal façanha, entre em contato comigo assim que possível. Grata."

Um comentário:

Liz Gallo disse...

Li, reli... Gostei.. e gostei denovo.. e mais.. e ainda... gosto! Que gostoso ler aqui sua sede por entrar no fundo do seu fundo... ser! Você quem escreveu essas palavras que lidas me soam doce?! Não pelo fato de serem simples, pois unidas são muito mais complexas do que palavras meramente soltas... Mas doce porque me identifico na necessidade de querer ver cores nas almas... Alma minha, alma alheia... Doce porque também me coloco a disposição a quem quiser contatar a descoberta dessa visão de quem enxerga além do que vê...

Ganhaste uma leitora... não sempre.. mas às vezes... pra compartilhar pensamentos que seus, meus, se tornam nossos... nossos por semre gritados... silenciosamente transcritos... brutalmente sonhados!

Beijos, Liz